Por que considerar ações defensivas em tempos de crise?

Historicamente, recessões são fases naturais do ciclo econômico. Elas ocorrem quando o crescimento desacelera, o desemprego aumenta e o consumo diminui. E, inevitavelmente, impactam o humor do mercado. Nessas horas, muitos investidores correm para ativos considerados “seguros”, como o Tesouro Americano ou o ouro. Mas, para quem pensa no longo prazo, algumas ações da bolsa americana também podem ser grandes aliadas.

Empresas que atuam em setores essenciais, como alimentação, saúde e energia, costumam manter suas receitas mesmo durante crises. Afinal, não importa o quão difícil a economia esteja: as pessoas continuam comprando comida, remédios e pagando pela luz.

Esse tipo de empresa, geralmente com fluxo de caixa previsível, endividamento controlado e pagamento regular de dividendos, é o que chamamos de “defensiva”. Elas têm menos volatilidade, são mais estáveis e podem ser um pilar importante para quem quer investir em dólar com segurança.

1 – PepsiCo (PEP): Consistência líquida em qualquer ciclo

Entre as ações americanas mais resilientes, a PepsiCo é praticamente um sinônimo de estabilidade. Com um portfólio de marcas que vão muito além dos refrigerantes (como Gatorade, Quaker, Doritos e Lay’s), a empresa está presente no dia a dia de milhões de consumidores ao redor do mundo.

Durante recessões, empresas do setor de bens de consumo básicos costumam ser mais protegidas. E a PepsiCo não é exceção. Mesmo com desafios macroeconômicos, ela segue entregando resultados positivos, mantendo margens saudáveis e crescendo em mercados emergentes.

Pontos que tornam a PEP atrativa:

• Dividend Yield atual: em torno de 3,8%
• Histórico de aumento de dividendos: 52 anos consecutivos
• Avaliação descontada: P/L futuro abaixo da média histórica
• Presença global e diversificação de produtos

Quem busca stocks americanos com bom histórico de dividendos e proteção em tempos turbulentos encontra na Pepsi uma aliada de peso. É uma empresa que equilibra bem crescimento e previsibilidade, o que a torna valiosa não apenas em tempos de bonança, mas também em fases de retração.

2 – AbbVie (ABBV): Saúde e rentabilidade em sintonia

O setor de assistência médica é outro pilar das ações defensivas. E entre os nomes que mais se destacam na bolsa americana, a AbbVie tem conquistado espaço tanto pelo desempenho operacional quanto pelo compromisso com o acionista.

Com um portfólio que inclui o blockbuster Humira, a AbbVie tem conseguido manter sua relevância mesmo com o aumento da concorrência. Sua estratégia de diversificação em medicamentos inovadores e aquisições estratégicas fortalece sua posição.

Por que a ABBV chama a atenção dos investidores?

• Dividend Yield robusto: 3,8%
• Crescimento de dividendos: 11 anos seguidos
• Presença em ETFs como o XLV (Health Care Select Sector)
• Modelo de negócio focado em pesquisa e desenvolvimento

Para quem busca investir no exterior com foco em renda passiva e estabilidade, a AbbVie é uma opção muito sólida. E ainda com um diferencial: seu preço atual no mercado mostra sinais de desconto em relação às médias históricas, o que pode representar uma porta de entrada interessante.

3 – NextEra Energy (NEE): Energia limpa, segura e com dividendos

Fechando nossa lista de ações defensivas na bolsa americana, temos a NextEra Energy. Essa empresa atua no setor de serviços públicos, uma das áreas mais resilientes em tempos de crise. Mas o que a diferencia é seu foco em energia renovável.

Enquanto muitas empresas sofrem pressão para reduzir sua pegada de carbono, a NEE está anos à frente. Sua atuação em solar, eólica e energia nuclear trazem estabilidade regulatória e um diferencial competitivo relevante.

Características que colocam a NEE no radar:

• Dividend Yield atual: 3,4%
• Crescimento de dividendos: média de 10,4% nos últimos 5 anos
• 29 anos consecutivos de aumento de dividendos
• Avaliação atrativa: P/L abaixo da média de 5 anos

Para o investidor que deseja investir em dólar e agregar sustentabilidade e previsibilidade à carteira, a NextEra é uma escolha interessante. Está presente nos principais ETFs do setor elétrico americano, como o XLU, e oferece um balanço sólido, com baixa inadimplência e forte geração de caixa.