A Irani Papel e Embalagem S.A (RANI3) divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2025 com uma performance que, apesar dos desafios macroeconômicos e operacionais, chamou a atenção do mercado. O lucro líquido recorrente de R$ 60,8 milhões e o crescimento da receita em dois dígitos são apenas a ponta do iceberg em um trimestre marcado por expansão operacional, disciplina financeira e avanço em sustentabilidade.
Neste artigo, você vai encontrar uma análise profunda sobre os Resultados RANI3, explorando os principais números, o contexto por trás deles, os impactos sobre os dividendos, e claro, se a ação RANI3 ainda é uma boa escolha para o investidor que busca renda e valor com fundamentos sólidos.

Conteúdo
- 1 📈 RANI3 Apresenta Crescimento de Receita e Lucro no 1T25
- 2 🧾 Desempenho Operacional: O Papel da Eficiência e da Escala
- 3 💰 Resultados RANI3 e a Geração de Caixa Operacional
- 4 💳 Endividamento e Alavancagem: Controle e Custo Efetivo
- 5 🏗️ Investimentos: Gaia, Expansão e Aquisição de Floresta
- 6 🏦 RANI3 Dividendos: Quanto a Irani Está Pagando aos Acionistas?
- 7 ♻️ ESG e Sustentabilidade: Compromisso Reforçado com o Futuro
- 8 🧐 Conclusão: Vale a Pena Investir em RANI3 em 2025?
📈 RANI3 Apresenta Crescimento de Receita e Lucro no 1T25
A Irani Papel e Embalagem S.A registrou no 1T25 uma receita líquida de R$ 423,1 milhões, uma alta de 16,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelos aumentos de preços no mercado interno e externo e também pela retomada dos volumes de vendas no segmento de papéis para embalagem.
Em um cenário econômico ainda desafiador no Brasil, com custos elevados e demanda seletiva, a companhia conseguiu manter margens operacionais saudáveis, sinalizando uma boa gestão de preços, produtividade e controle de custos. O EBITDA ajustado, por exemplo, chegou a R$ 136,3 milhões, com margem de 32,2% – um dos níveis mais altos entre as empresas do setor listadas na B3.
O lucro líquido do período, de R$ 60,8 milhões, representou um crescimento expressivo de 36,8% em relação ao 1T24. Vale lembrar que o 4T24 havia sido influenciado por eventos não recorrentes, como créditos fiscais extraordinários. Quando ajustamos esses fatores, o resultado recorrente do primeiro trimestre de 2025 se destaca ainda mais.
🧾 Desempenho Operacional: O Papel da Eficiência e da Escala
A operação da Irani Papel e Embalagem S.A no trimestre foi marcada por um sólido desempenho nos dois principais segmentos da companhia: papelão ondulado e papéis para embalagem. Ambos demonstraram crescimento em volume e preços, mostrando que a empresa está bem posicionada para aproveitar a recuperação da demanda e o avanço de sua estratégia industrial.
Destaques operacionais:
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Volume de vendas de papel: 32,9 mil toneladas (+8,3% vs 1T24)
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Volume de vendas de embalagens: 43,6 mil toneladas (+5,1% vs 1T24)
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Aumento de preço do papel rígido: +23,2%
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Participação de mercado (market share): 4,3%
Um fator importante nesse crescimento foi a maturação dos projetos da Plataforma Gaia, principalmente a nova unidade produtiva de Campina da Alegria. O ramp-up da produção permitiu maior diluição dos custos fixos e ganho de produtividade. Além disso, o aumento da automatização em algumas unidades tem contribuído para a estabilidade de margens, mesmo em um ambiente inflacionário.
💰 Resultados RANI3 e a Geração de Caixa Operacional
Outro aspecto que fortaleceu a tese de investimento na RANI3 foi a geração de caixa. Mesmo diante de um cenário de juros elevados e aumento nos custos das matérias-primas, a companhia apresentou um Fluxo de Caixa Livre Ajustado de R$ 28,9 milhões no trimestre. Em 12 meses, esse valor chega a impressionantes R$ 242,7 milhões, com Yield de 13%.
A composição desse resultado foi diretamente influenciada pelo aumento do EBITDA e pela compensação de créditos tributários. Segundo a administração, o saldo restante de créditos a compensar ainda é de R$ 156 milhões, o que deve continuar impactando positivamente o caixa nos próximos trimestres.
No entanto, vale observar que o fluxo de caixa nominal do 1T25 foi negativo em R$ 39,4 milhões, em razão de:
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Pagamento de dividendos (R$ 44,7 mi)
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Recompra de ações (R$ 13 mi)
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Capex (R$ 43,6 mi)
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Juros pagos (R$ 60,8 mi)
Apesar disso, o caixa da companhia fechou o trimestre em R$ 667 milhões, o que garante uma posição confortável de liquidez.
💳 Endividamento e Alavancagem: Controle e Custo Efetivo
A dívida bruta da Irani Papel e Embalagem S.A fechou o trimestre em R$ 1,76 bilhão, sendo 99% em moeda nacional e 92% no longo prazo. A relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado ficou em 2,21x, levemente acima dos 2,10x do 1T24, mas ainda dentro da política financeira da empresa, que estabelece um teto de 2,5x.
Um ponto positivo é que a companhia vem mantendo um custo médio da dívida competitivo, atualmente em 11,3% a.a. (equivalente a 100% do CDI). Com o benefício do crédito fiscal, o custo efetivo pós-imposto ficou em 7,4% a.a., permitindo que a empresa obtenha um spread positivo entre o ROIC (11,3%) e o custo da dívida.
Além disso, houve a captação de R$ 150 milhões via operação de Crédito Rural no trimestre, com custo de CDI – 0,5% e vencimento em dois anos. Esse tipo de captação mostra a boa capacidade de acesso da Irani ao crédito, mesmo em tempos de aperto monetário.
🏗️ Investimentos: Gaia, Expansão e Aquisição de Floresta
A Plataforma Gaia, projeto multianual da companhia, continua sendo um dos pilares de crescimento da Irani. O programa já ultrapassou R$ 1 bilhão em investimentos acumulados, com foco em expansão da produção, automação e ganho de eficiência ambiental.
Principais movimentos no 1T25:
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Startup da Nova Impressora (Gaia X), modelo FFG Dual Slotter
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Aquisição de floresta de pinus com 1.498 hectares por R$ 38 milhões
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Investimento em software e automação nas unidades de Indaiatuba e Santa Catarina
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Capex total no trimestre: R$ 43,6 milhões
A compra da floresta fortalece a verticalização e autossuficiência no fornecimento de madeira, matéria-prima essencial para a produção de celulose e papel. Essa estratégia não só reduz riscos de abastecimento, mas também contribui para o controle de custos no médio e longo prazo.
🏦 RANI3 Dividendos: Quanto a Irani Está Pagando aos Acionistas?
Para quem acompanha as ações RANI3 de olho em dividendos, o 1T25 trouxe boas notícias. A empresa manteve sua política de distribuir 25% do lucro líquido ajustado, e aprovou o pagamento de R$ 0,06258 por ação, com base nos resultados do trimestre.
Nos últimos 12 meses, a Irani já distribuiu R$ 0,71 por ação, o que representa um dividend yield de 7,71% considerando a cotação de R$ 9,21 em março. Isso coloca a companhia entre os melhores pagadores do setor de papel e celulose.
Outro ponto que complementa esse retorno é o programa de recompra de ações, iniciado em março de 2024. Até agora, foram recompradas 8,1 milhões de ações, cerca de 76% do programa, a um preço médio de R$ 7,64. A recompra reduz o número de ações em circulação e aumenta o valor por ação para os investidores de longo prazo.
♻️ ESG e Sustentabilidade: Compromisso Reforçado com o Futuro
Um dos diferenciais da Irani Papel e Embalagem S.A em relação a seus concorrentes é o forte posicionamento em sustentabilidade, o que se alinha com tendências globais de consumo e responsabilidade ambiental.
Destaques ESG no 1T25:
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Redução de 28% nas emissões líquidas de gases de efeito estufa
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Certificações FSC de Manejo Florestal e Cadeia de Custódia mantidas
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Prêmio Embanews 2025 na categoria Logística
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Lançamento do Relato Integrado 2024
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Projeto social “Palco da Reciclagem” com mais de 3.400 alunos impactados
Essas iniciativas reforçam o caráter de “negócio de impacto” da Irani, tornando suas ações mais atrativas para investidores institucionais, fundos ESG e pessoas físicas com visão de longo prazo.
🧐 Conclusão: Vale a Pena Investir em RANI3 em 2025?
Com base nos resultados do 1T25, a Irani Papel e Embalagem S.A reforça sua posição como uma small cap resiliente, rentável e em expansão. A performance financeira foi consistente, o crescimento de receitas veio acompanhado de controle de custos e a empresa segue entregando valor aos acionistas via dividendos e recompra.
É claro que desafios existem. O aumento nos preços das aparas, a pressão dos juros e a competitividade do setor exigem atenção. Mas, até aqui, a Irani tem conseguido navegar bem por esse cenário. Seu modelo de negócios baseado na economia circular e eficiência operacional é um diferencial importante frente aos pares.
Para o investidor que busca renda passiva com crescimento gradual, rani3 dividendos e valorização ao longo dos ciclos, a ação continua como uma forte candidata para compor uma carteira equilibrada e sustentável.
E você, tem RANI3 na carteira? Pretende incluir após os resultados do 1T25?
Compartilhe nos comentários sua visão sobre o papel e se esse tipo de análise ajuda nas suas decisões!