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Resultado 1T25 Kepler Weber (KEPL3): O Que os Números Revelam Sobre a Empresa do Agro na Bolsa

A Kepler Weber (KEPL3) é uma das empresas mais representativas quando se fala em infraestrutura para o agronegócio brasileiro. Seu desempenho na bolsa está intimamente ligado à saúde do setor rural, à dinâmica de safra e ao apetite por investimentos em armazenagem. No resultado do primeiro trimestre de 2025 (1T25), a companhia apresentou um conjunto de dados que merece ser analisado com cuidado. Quedas relevantes nas margens e lucros contrastam com avanços em segmentos estratégicos. Neste artigo, vamos destrinchar os detalhes.

Imagem com silos metálicos e seta vermelha apontando para baixo, representando queda nos resultados financeiros da Kepler Weber no 1T25, com título em destaque.
A Kepler Weber apresentou queda no lucro e nas margens no 1T25, refletindo os desafios enfrentados pelo agronegócio brasileiro.

O que faz a Kepler Weber e por que ela importa para o investidor

A Kepler Weber é uma indústria de base instalada em Panambi (RS), especializada em equipamentos para armazenagem e movimentação de grãos. Na prática, ela fabrica silos, secadores, transportadores e sistemas automatizados que ajudam produtores rurais, cooperativas, agroindústrias e terminais portuários a armazenar e proteger suas colheitas.

Se você acompanha notícias sobre Kepler Weber, provavelmente já ouviu que ela é considerada uma das poucas empresas do setor de “Agro na Bolsa“. Isso porque ela atua numa etapa fundamental da cadeia agroindustrial: a pós-colheita. A eficiência nessa fase impacta diretamente na rentabilidade do produtor.

Outro ponto importante é que a companhia tem expandido suas operações internacionalmente, vendendo soluções para países da América Latina como Paraguai, Argentina e Uruguai. Essa diversificação ajuda a suavizar os ciclos do mercado doméstico.

Destaques do Resultado 1T25 da Kepler Weber

O balanço da Kepler Weber (KEPL3) referente ao 1T25 mostrou uma empresa em transição: enfrentando os ventos contrários do agro brasileiro, mas ao mesmo tempo fortalecendo suas bases para capturar valor no médio e longo prazo.

Principais números financeiros:

  • Receita Líquida: R$ 357,2 milhões (queda de 6,1% em relação ao 1T24)
  • EBITDA: R$ 52,9 milhões (retração de 41,5% ano contra ano)
  • Lucro Líquido: R$ 25,6 milhões (queda de 51%)
  • Margem EBITDA: 14,8% (queda de 9 pontos percentuais)
  • ROIC: 28,8%, ainda elevado, mas inferior aos 43% do 1T24

O que chama a atenção é que a empresa não perdeu receita em proporção à queda no lucro. Ou seja, o problema principal esteve nas margens. Isso ocorreu porque a companhia precisou reduzir os preços médios praticados para manter a competitividade diante de um mercado com menor apetite por investimentos.

Segmentos que seguraram o desempenho

Apesar da pressão sobre os resultados consolidados, algumas áreas da companhia tiveram desempenho positivo e mostraram resiliência:

Destaques por segmento:

  • Reposição & Serviços: Receita de R$ 73,2 milhões (+28,6%)
  • Internacionalização: Receita de R$ 40,9 milhões (+5,3%)
  • Fazendas: Estável, com queda de apenas 0,2% e margem bruta de 21,4%

O destaque fica para o setor de Reposição e Serviços, que apresentou o melhor desempenho do trimestre, com margens elevadas e crescimento expressivo. A empresa tem focado na criação de uma base de receitas recorrentes, o que suaviza os efeitos da sazonalidade e dos ciclos de safra.

Enquanto isso, a estratégia de internacionalização segue se pagando. Mesmo com o real valorizado e menor competitividade cambial, a companhia conseguiu crescer em mercados fora do Brasil, um ponto extremamente positivo.

Redução do caixa e pressão na rentabilidade

Um dos pontos de atenção no balanço da Kepler Weber (KEPL3) foi a redução do caixa líquido, que caiu de R$ 114,4 milhões para R$ 54,6 milhões em 12 meses. Apesar de ainda manter uma posição líquida positiva, a empresa consumiu recursos no 1T25.

Alguns fatores explicam essa queda:

  • Sazonalidade: menos adiantamentos de clientes no início do ano
  • Investimentos em modernização e novos produtos
  • Recompra de ações e amortização de dívidas

O fluxo de caixa operacional foi negativo no trimestre, mas isso não representa um desequilíbrio estrutural. Historicamente, o primeiro trimestre é mais fraco nesse quesito devido à natureza do ciclo de vendas da companhia.

Capex e foco no longo prazo

Mesmo com a pressão de curto prazo, a empresa manteve firme o plano de investimentos (Capex), alocando R$ 17,2 milhões no trimestre. Esse movimento reforça a estratégia da gestão de preparar a companhia para ganhar eficiência e competitividade nos próximos ciclos.

Distribuição do Capex:

  • 35% para modernização industrial
  • 22% para novos produtos (como Biocav e Seletron)
  • 8% para TI (ERP SAP)
  • 35% em manutenção e operação

A empresa demonstra uma postura proativa: mesmo com pressão nos resultados, não cortou investimentos essenciais. Pelo contrário, manteve sua agenda de inovação e eficiência.

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Quando a Kepler Weber paga dividendos?

Se você chegou até aqui se perguntando “quando a Kepler Weber paga dividendos?”, a resposta é: em abril de 2025 foram pagos R$ 0,4038 por ação, referentes ao lucro do exercício de 2024.

O payout total foi de 48,7%, o que mostra um bom compromisso com a remuneração dos acionistas. Com base na cotação de R$ 7,85, o dividend yield anualizado gira em torno de 5,1%.

Embora a empresa não tenha política fixa de dividendos trimestrais, historicamente ela é consistente na distribuição anual, o que torna KEPL3 uma ação interessante para quem busca combinação de valor e renda passiva.

Pontos positivos e riscos para acompanhar

Pontos positivos:

  • Receita com serviços e internacionalização em alta
  • ROIC ainda acima de 25%
  • Boa disciplina de custos administrativos
  • Endividamento sob controle
  • Dividendos pagos acima do mínimo legal

Pontos de atenção:

  • Margens pressionadas pela necessidade de descontos comerciais
  • Redução do caixa operacional no trimestre
  • Forte dependência do ciclo de safra e do crédito rural

Como em todo ativo cíclico, o momento pode parecer frágil, mas ele costuma representar ponto de entrada para quem pensa no longo prazo.

Considerações finais

A Kepler Weber (KEPL3) entregou um 1T25 de ajustes, mas com boas indicações para o futuro. A capacidade de crescer em segmentos recorrentes, manter o foco no longo prazo e preservar a rentabilidade sobre o capital investido reforçam a robustez da empresa.

Quem acompanha o Agro na Bolsa sabe que o setor é cíclico, mas empresas como a Kepler mostram que é possível atravessar fases adversas com estratégia e disciplina.

Fique atento à evolução da Safra 2025, à normalização dos créditos rurais e à recuperação das margens operacionais. Esses serão os grandes vetores para a recuperação dos resultados.

Tony Martins

Olá, sou Tony Martins, um entusiasta do mundo dos investimentos no Brasil e nos EUA, com mais de vinte anos de experiência empresarial. Criei este blog com o objetivo de compartilhando conhecimentos e insights acumulados ao longo de minha jornada. Minha missão é simplificar o universo dos investimentos, fornecendo informações valiosas e práticas para ajudá-lo a tomar decisões informadas e construir um futuro financeiro sólido.
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